Desde sempre fomos incentivados a explorar o melhor de nós, a estarmos o mais à frente em tudo e a expandir os nossos conhecimentos num maior número possível de ferramentas disponíveis.
Se assim é, e estando a internet ligada ao mundo, disponível a todos ou quase todos, o desafio toma outras proporções. No mundo de trabalho esta mudança é verificada todos os dias, em todos os novos clientes e em todos os novos projetos e processos.
Procurar trabalho no jornal da tabacaria da esquina passou a ser substituída pelo telemóvel no café. As redes sociais passam a disponibilizar tudo em todo o lado, sendo entendidas como uma ferramenta de “marketing” pessoal.
Foi também concebido um ambiente flexível para as empresas, criando-se redes de relacionamento virtuais onde os processos de comunicação são mais fáceis e principalmente mais rápidos.
Hoje em dia responder a anúncios ganhou uma nova forma. Os currículos «tradicionais» deixaram de ser usados e os avanços tecnológicos desafiam tanto candidatos como recrutadores. A rede social passou a ser a nova «joia da coroa» ao serviço dos gestores de recursos humanos e dos candidatos na identificação de oportunidades no mercado de trabalho.
Com o desenvolvimento das redes sociais, as informações disponíveis servem como base de análise de cada perfil. Mostram as ligações diretas (amigos) e as indiretas (amigos de amigos), e o que se partilha ainda é bastante entendido como particular-doméstico, embora já não o seja, ou nunca tenha sido.
Definir traços de personalidade pelos comportamentos nas redes sociais passou a ser tomado em linha de conta, e o recrutamento ganha assim uma nova vida. É inevitável.
Concluir que um candidato não é válido com base no seu perfil ou nas partilhas que fez é preconceito e invasão de privacidade, mas isso não muda o facto de o recrutador «meter o olho».
As redes sociais das empresas são as que têm mais pessoas. Aqui os utilizadores inscrevem-se (qualificações e experiência) e acabam por tornar-se agentes facilitadores na triagem. Cria-se novas bases com novas pessoas umas com perfis verdadeiros, outras nem tanto.
É aqui, neste ponto, que o processo toma outro caminho. Embora a recolha tenha sido facilitada, validar os dados é imprescindível. O processo de recrutamento deve ser sempre conduzido de uma forma transparente e é fundamental manter o candidato comprometido com o projeto.
E se o que se coloca visível não corresponder à verdade? É obrigatório, nesta fase, conhecer a pessoa. É se ela está longe? Noutra região, noutro país ou noutro continente? As distâncias são encurtadas pelas tecnologias de videoconferência e as redes sociais passam a ser a única, ou a possibilidade mais viável no momento, facilitando e possibilitando o recrutamento internacional e as parcerias entre empresas.
Em suma, a procura de candidatos é vital para as empresas. Estas têm de ser as primeiras a encontrar a pessoa certa para o lugar certo num mercado de trabalho em desenvolvimento permanente. Cabe a cada empresa explorar as ferramentas e as tecnologias que estão mais próximas dos perfis e acompanhar a mudança. Os modelos de recrutamento que usávamos já foram alterados.
in Revista Human, Dezembro 2015
Tânia Ferreira
Gestora de Cliente