Em plena pandemia, assistimos uma situação generalizada de múltiplos despedimentos, nomeadamente em restauração e hotelaria, cujos colaboradores foram obrigados a procurar soluções alternativas visando o enquadramento em outras áreas com maior empregabilidade.
Após este período negro e de incerteza, o cenário inverteu-se completamente. As empresas e os recrutadores procuram incessantemente perfis também para restauração e hotelaria, sendo a dificuldade extrema. O paradigma é quase o candidato a escolher a empresa e não a empresa a escolher o candidato. Existem várias oportunidades de recrutamento, sendo que a capacidade de atração para integração em determinados perfis faz a diferença. O teletrabalho veio para ficar, não a 100% mas com uma componente híbrida, e esta modalidade é de facto muito valorizada pelos candidatos, sendo cada vez mais mencionada nas ofertas de emprego.
A pandemia veio dar um foco ainda maior na necessidade de tempo para a família (‘wellbeing’, ‘worklife-balance’, etc) pelo que um horário flexível, o trabalho remoto e o uso das novas tecnologias estão bem presentes nas ofertas de emprego como forma de atração. Obviamente que a componente salarial não pode ser descurada, assim como um trabalho motivador, com perspetivas de evolução e ambiente «saudável». Notamos igualmente que tem existido uma subida generalizada nos salários, fruto da escassez de recursos adequados para preenchimento de perfis. Esta nova realidade pode criar em paralelo alguns atritos internos quando a política salarial não é ajustada para os recursos já existentes, ou seja, quando entra um elemento novo com um salário superior aos internos, (não se atualizando internamente, gera desmotivação e descontentamento, pelo que esta gestão terá de ser devidamente implementada).
Também o ‘employer branding’ está generalizado, visando atrair talentos, ou seja, há um ‘marketing interno’ e cada funcionário tenta «vender» a empresa e a respetiva imagem da melhor forma. Quem melhor para divulgar a empresa do que os próprios colaboradores?
in Revista Human, Setembro/Outubro 2022
Célia Agostinho
RH Commercial Manager